Se a tua voz desembarcasse agora aqui no meu ouvido...
Ah, se a tua voz viesse viva visitar-me,
tremuras, silêncios aflitos,
a tua voz presa aos sentidos
e o coração junto às mãos, junto à boca
a bater nos lábios, à beijar o perigo,
Ah, meu amor, que diríamos então,
com a voz hesitante e pura, presa ao
pavilhāo profundo do ouvido?
E se nos tocássemos na voz, que feridas doces se abririam no corpo só, no corpo enclausurado, e como reagia?
E se um dia nos olharmos pelos olhos e riscarmos todas as lentes, ficaremos nus e unos, como dois cisnes num lago, talvez obviamente velhos, novos e contentes?
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Recentemente...
Ângulos
Escuta Esta noite é mais aguda. Alguns cães ainda ladram à passagem da nossa sombra. Eu estou sentada no eixo duma escuridão sem nome. Tu re...
Mensagens populares neste blogue
-
Ele costuma escrever-lhe cartas riscadas como vinil, cartas sem nome, curtas e voláteis, mas ela lia claramente o som da voz, a saudade da...
-
Há quantas luas levamos o tempo às costas, nas mãos alagadas de suor? E há quantas luas lemos os seus sinais, as nuvens que a encobrem, rasa...
-
Atravessar contigo o rio, comove tanto, o passo tonto. Atravessar contigo o rio, uma pedra, outra pedra, saltas tu, salto eu, aqui dá fundo,...
Sem comentários:
Enviar um comentário
Deixa aqui um lírio