Queres e não queres o meu mundo.
Nunca percebi bem o que queres
Se esta que sou, cansada
de noivar entre as palavras.
Se a outra, embrulhada em celofone azul
da tinta das mágoas.
Queres o embrulho, a perfeição antes do momento de desatar a fita mas receias talvez o desencanto, a voracidade do tempo que nos habita. A poesia devora-nos o corpo, esvazia-nos o sentido do caminho, roi devagarinho os dedos e os olhos e o sorriso.
Talvez seja por isso que não me queres,
porque fora do embrulho sou útil e banal
sem a visāo da bela poesia.
Talvez não consigas explicar e eu não saiba entender. Mas tenta, antes que a poesia acabe por nos norder algum nervo vital desse músculo que nos faz querer amar.
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