De que substância é feito o sal
que se solta do teu peito?
Como me deixas na tua voz o sal bastante
Como sei saber o teu sabor, na relíquia do instante?
De que mar o sal silente, quando te recebo a voz
nos ecos dos velhos montes?
Que mistério há no teu sangue tão trigueiro
como o do viajante da palha, peregrino das vieiras?
Que bocas bebeste, loucas, em teu caminho errante?
Como pudeste parar aqui, onde já nada se bebe
nada se canta, tudo se vende?
Como me olhaste, cego de repente? Eu não sou nada,
olha o que palmilhei também bastante.
Mas descansa neste antro. Aqui seremos os mais puros,
os mais amantes. Depois, se fores, fica o salinidade do
teu pranto, a marca dos teus passos no horizante.
Talvez te siga, talvez cubra de oiro e serenas luas
o teu perfil viajante
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