18.7.20

Consistência

Há poesia na consistência das coisas sabias?

Quanto pesa uma vida, um corpo,
Quantas gramas pesa a nossa memória?

E a memória partilhada cabe em quantos gigas, ou megas? Quantos kbytes de fotogramas partilhamos? A minha imagem de ti e de nós, a tua imagem de nós e de mim e a força dos nós que fomos firmando.

Eu tenho em mim a enorme riqueza do que me dás. Do que me és.

Preciso de ti para morrer ao crepúsculo
e desatar os  laços mortais da madrugada.

Sonhar com o teu corpo e o teu beijo, olhar os teus olhos em trocas de desejo
é a perturbação mais bela que te tenho.

Como medimos a força do olhar,  a matéria lírica de um poema?

O amor tem peso e consistência? Tem,
quando damos por ele nos pequenos gestos que nos embriagam a existência

Tu, meu amor, em mim, tens essa leveza própria das coisas com densidade, peso e volume e por demais intensas. Ocupas-me e eu recebo-te nessa matéria onde cabe o  teu sorriso inteiro, a tua realidade sensível, a tua matéria verdadeira.


Sem comentários:

Enviar um comentário

Deixa aqui um lírio

Recentemente...

Temos pena

A existência quem disse que se dissolva todos os dias na mesma velha taça dos mesmos dias? Um qualquer existencialista privado do sonho, uma...

Mensagens populares neste blogue