Há uma linguística avisada no amor. Um abraço tem um aspeto verbal iterativo nunca pontual, jamais perfeito. A saudade é habitual e constante, sempre pessoal, raramente genérica. Falar do amor que se sente como um evento estativo que em vez de ser "foi" é afirmar o sentimento oposto. Há um uso mais indicativo da verdade e presença real do amor que é preferível a um conjuntivo com valor de probabilidade. Assim, amo-te, cultovo-te, preciso-te, sem futuros do passado, nem imperfeitos e mais que perfeitos prelúdios, nunca condicionais. Nesta gramática do discurso do amor, aviso já que guardo imperativos vários para te segredar ao ouvido. De mim, sujeito, para ti objeto desconhecido do meu amor.
17.11.20
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