gostava de parar, gostava de parar à beira do caminho, gostava de me sentar e pegar uma flor, gostava de tirar uma uma as suas folhas, gostava de superar o vento num só sopro, gostava de me encostar a um tronco, gostava de fechar os olhos e voltar atrás no tempo, descer o tronco pela linha da raíz, gostava de descer ao campo, gostava de ficar no campo, gostava de ser o campo num só sopro de apagamento
no campo, não conhecia o tempo, só conhecia a perda da folha, não conhecia pedras, não conhecia a ausência nem o desmembramento das flores ao vento, gostava de ser apenas campo onde crescem os límpidos prazeres
campo de viver e não campa, campo de amoras e de amores, gostava de ser a terra que dorme sob um maço de flores
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