6.11.20

curva dinâmica

fim de tarde sem pássaros só com as profundas marcas do silêncio das nossas vidas

fim de tarde sem passos no silêncio outonal das folhas caídas

mil palavras caladas nas ruas escondidas, fios de água pingam nas calçadas despidas

fim de tarde, semana que finda, vida suspensa das pandémicas notícias 

há gente cerrada na virtude do corpo, a reter a pele, segurar a vida

eu estou no centro do medo e nada me magnifica. guardo o silêncio por dentro, dentro da tarde infinita

eu sou a curva dinâmica na linha mais marginal da morte para a vida 


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