tu existes na minha boca, quando canto os hinos da manhã, existes no meu olhar, quando imagino uma mesa, um café e um livro e tu a olhar, tu existes quando vejo alguém com uma camisa branca, impecavelmente branca, com as mangas dobradas, como só tu, só tu és assim, inseguro e firme com o teu corpo magro e viril, com a tua teimosia virada para o caminho onde sabes espaçar-te nos meus dias
tu existes no meu círculo do silêncio, nunca aberto ao ruído do mundo, porque saber-te aí é tudo que eu faço mas, meu querido, a força por vezes falta-me, falta muito a energia, não cuides que é esquecimento o tempo em que não há fala, às vezes a voz insurge-se, insurge-se de cansaço, porque fala é tudo que nós temos e às vezes cegamos a voz. eu sou a frágil voz. tu és o alento e o encanto.
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