Um homem devora a sua essência à medida que se inclina para a terra. Alimenta-se de si com a mesma intensidade com que se afasta da sua própria nascente. Um homem ou uma mulher podem habituar-se a viver enclausurados, a ponto de só se reconhecerem no círculo da clausura e, ainda assim, vagamente.
Sinto que estamos a chegar a essa fase das nossas vidas. Luto para te interpelar, para me interpelares, para nos interpelarmos, para mantermos acesa a palavra que nos enlaça na mesma lateralidade. Não é necessariamente amor. É para além do amor. É o único espaço fora de nós mesmos, é a possibilidade de inverter a clausura. Uma redoma quebrada.
Não sei se subimos ou descemos, mas há um monte e o percurso podemos ser nós.
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