9.2.21

 

Um lume lento devora as cinzas do meu nome. Desapareço devagar entre as rochas do deserto. Presa entre as caixas de betão, plantada num registo mudo, quase doloroso, sou a última flor restante do que fui. Estou presa. Estou prisioneira de tudo e todos, até de mim. Um lume lento devora as cinzas do meu nome desde que nasci. E as palavras ainda se encaminham jovialmente na minha direção. Como se houvesse um lugar batido pelo vento e pela paz e eu estivesse contigo nele, sem mais filtros, o meu pensamento na mesma corda do coração.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Deixa aqui um lírio

Recentemente...

Poemas de partir

Alguns poemas são virtuosos. Valem ouro. Outros cheios de pena, voam pouco. Outros ainda são tontos e bailam muito. Mas os meus preferidos s...

Mensagens populares neste blogue