Quem quer saber como teço as malhas do sono e em que momento propício bato as pálpebras como asas de borboleta a adejar num jardim?
Quem se interessa pelo instante de precipício quando o sono se corta a meio e nos estremece?
Quem quererá sumir-se com alguém nesse belo instante e rasar um mundo bizarro, suplente?
Com quem poderei celebrar esse último instante de ida, com ou sem volta, quem quererá ser eu, sendo outro?
As minhas mãos buscam as palmas das tuas, fundem-se no mesmo sangue, fluem na mesma energia tangente. É apenas um instante, mas fomos juntos muito tempo durante eternamente bastante.
Como se uníssono fosse o bater das pálpebras, do coração, dos dentes.
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