Atravessei a tua vida sem virar nas esquinas, contornei a tua pele, sem a tocar, desejei a tua voz, antes de a ouvir, senti a tua essência que me era essencial, dancei com os teus olhos em pontos proeminentes de entrega, esperei-te à noite e a toda a hora na casa do amor.
Pronta a tapeçaria e a ilha pronta, recebo-te sem espera num tempo difuso. Será hoje ontem ou amanhã agora?
Quebrei a tua vida nesta amarra amarga, como se de encantamento te desencantasse do mundo, esse desencanto maior de todas as vidas.
Que faremos do barco e da adaga pouco importa. Agora, quero armar-te cavaleiro do amor, o maior de qualquer época. Quero suavizar-te, limpar as palavras rudes com panos de semântica almiscarada, com palavras raras quero enumerar os sonhos e dizê-los de pé como as árvores e em murmúrios doces como elas.
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