3.10.23

Ainda

Ainda sei o nome das coisas pela ordem que as punha. Era o amor apunhalado de paixão, um passo inseguro num piso de sangue às vezes luz, prestes a ser e a eclodir, talvez nos olhos, talvez nas mãos, talvez o toque da vista, o avistamento do astro que nos atrai, era tudo tão possível que doía a dor e vibrava no seu marasmo a terra.

Foi tudo tão perto e tão possível, que ainda nomeio as palavras pela ordem que as punha. E quando os olhos se encontram, vivo anos-luz de suspensão.

Essa é a memória do que se fez memória por não poder ser.

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