24.11.25

Temos pena

A existência quem disse que se dissolva todos os dias na mesma velha taça dos mesmos dias? Um qualquer existencialista privado do sonho, uma aparição feroz, uma verdade. Temos pena.

Dói saber que tudo é intangível para lá do nevoeiro chuvoso. Tudo. Até para lá do Sol. Da Lua enganosa.  Buscamos o sentido da vida através de velhos reposteiros e a vida é é uma renovação exata da dor.

É verdade, sim. A viagem faz-se lenta, o mundo encolhe, as vozes suspendem-se no pó.

Velhos amores em napperons feitos de laçadas do pensamento e da saudade. Velhos poemas de um fervor salino.

É assim que deixamos de esperar que subitamente o amor venha ombrear connosco, tal como connosco vem ter o sol posto. 

Tudo é demasiado intangível meu amigo. Existimos para imaginar sem viver e vivemos do que imaginamos. Uma maré cheia vazia de sentido. Temos pena.

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