18.7.08

borboletas presas na garganta
não voam no despenhadeiro deste silêncio
que ora me agrava

bebo devagar este recuo
da taça que me estendes e me assusta
esta tua procedência oculta
é a inquieta luz que me insinua
a vaga culpa do meu gesto

se o amor é louca esperança
que ânimo em mim se recolhe e se enlaça
numa paz precavida de temperança?

o meu corpo recluso
vive sereno a calmaria deste estio
alguma coisa me alcança
e me chega primeiro
sou eu que me completo
na minha solidão
como um arbusto antigo
nodoso no seu canteiro...
há dias em que a minha boca
é reclusão e mistério.
.

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