granada vivo
como o vinho novo,
que, generoso,
na boca admito
castanho da terra
como a guitarra
que me tange os sentidos
ou como a castanha
que estala
nos dedos
e o figo castanho
já seco e sumido
verde sentinela
das folhas quebradas
ou verde amarelo
das folhas caídas
verde escorraçado
da vista e da vida
verde lamentoso
que agora se abriga
na nova pastagem
que há-de vir viçosa
e o dourado uva
o ouro da terra
metáfora antiga
que os deuses usaram
as cores amarelas
do sol nos alpendres
laranjas bastantes
louros flamejantes
nas cabeças pendentes
são telas de Outono
as cores que me sentes
com as minhas cores
pinto o teu presente
acorda e preserva
o dia cintilante
como se o Outono nos desse
um olhar mais quente
um passo mais leve
um fim mais sereno
um renascer mais célere...
Boa noite! Beijinhos.
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