5.1.10
palavras sem nexo
claramente luas no horizonte
como fogo a residir
no imenso universo de uma mão
interlúdio quebrado
num molhe de tempestades
sempre a mesma folha
e nenhuma verdade
rascunhos de fumo
para nada
e fugas de afagos
sem saber para quem
claridades soltas
fagulhas de palha
no oxigénio da tarde
como todas as coisas
que subitamente nos ardem
sem um fim
assim a noite a chegar
na minha distância
próxima de ti
sempre a mesma viagem
e sempre o mesmo relógio
a correr-nos no sangue
sem sombra de motim
como quando rasgamos
o tempo e o espaço
e decidimos que afinal
podemos ir mais além
e não saímos daqui...
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