14.2.11

lira

não sei, meu amor, o que diz hoje o vento
não o ouço daqui tão perto no seu compasso
novo

só cruzo a noite em trôpegos lamentos
e passos presos sob pérolas e beijos

só sei que a lira tange um lirismo doido
e que a Lua se doura coberta de iodo

é quando me embrenho em ti
que te amo por dentro com a faca
e o fogo


pois a noite deu um salto para dentro
e nós na atmosfera ardente somos corpos finalmente

temos ramos, braços e mãos soldados
na forja de um olhar aceso

e neste inverno sobrevoamos, quando queiras,
o vulcão, o lago e a cordilheira
com os lábios presos e a alma inteira

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