o meu olhar é um abismo de onde (me) olham, mudos, outros olhos. os
olhos que me fitam do abismo reflectem os meus. eu vejo-me neles e eles
reflectem-me em si. de reflexo em reflexo não sei onde começa o olhar
de mim e o dele. onde o avesso e o inverso da tectónica dos versos
em movimento centrífugo? estou com ele quando estou comigo e ele está
comigo quando o convoco para o dealbar da noite e a paz acontece nesse
profundo acerto.
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