4.3.11


Veneza, vivemos um conto passado em Veneza, depois do outro passado em Sienna e outros ainda passados onde a imaginação nos levou. usava então um vestido debruado a luar, ornado de faíscas vindas da água dos canais, circulava sem máscara, um pouco alheia à urbe. estavas posto em algum lugar que o apenas o coração sentia. foi nessa noite e nesse conto que  encontrei o espírito do amor . usei hoje o vestido de cortesã, como lhe chamaste em Veneza na embocadura dos canais, quando o narrador nos juntou na mesma mesa, no mesmo cotovelo da história, na noite em que inaugurámos os dias do amor, passados pelo pente de oiro dos cavaleiros antigos ocultos na sombra que sonhámos. a coberto da bruma dos séculos imprecisos mergulhámos como aves e emergimos na pele de todos os amantes da história, mormente os que se perderam um do outro, sem nunca se terem separado. por isso, quando hoje voltei a colocar o vestido de cortesã, voltei a perder-me entre os canais no abraço das estrelas e confetis que o tempo já nos deu. nunca soube como o conto nos multiplicou cada momento que (não) vivemos.


Boa noite, meu querido, um laço de luar
para enfeitar os teus sonhos

Sem comentários:

Enviar um comentário

Deixa aqui um lírio

Recentemente...

Ângulos

Escuta Esta noite é mais aguda. Alguns cães ainda ladram à passagem da nossa sombra. Eu estou sentada no eixo duma escuridão sem nome. Tu re...

Mensagens populares neste blogue