A quietude do teu rosto tem um silêncio de mármore com uma contida febre no olhar.
Olho-te, em redor das palavras, e confunde-me a direção do vento sob as pálpebras. Para onde olhas só há um infinito contínuo reproduzido além do objeto que aparentas focar, muito além da câmara. Tenho sede de ser esse objeto e receio mesmo que o destino dos meus olhos se tenha perdido dentro da distante perdição dos teus. Foi apenas um instante, mas a câmara roubou-te a essência mais pura de ser, quando visavas além de tudo. E eu sei que essa âncora não vai nunca fundear. Não há mar bastante que supere o teu profundo olhar.
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