Percorro a noite neste quarto
Na estrada que me prende aqui
Ficou mais estreito o lugar que nos continha
Todas as paredes se
inclinaram para si como velhos
com a idade.
E a noite nunca vinha.
Mas hoje a lua está mais ampla
E a noite regressou ao quarto
Onde respiro ainda a tua pele
Vem devagar, despe o lamento, a amargura.
Que fazemos nós fora da noite
Com a noite tão quieta e quente?
Eu não vou onde tu não fores
Não parto para onde tu não partas
É nosso o tempo, porque o perdemos
Mas é nossa a emoção de o termos
Neste quarto onde murmura ainda só
A minha voz
Abraço lentamente a tua ausência
Meu amor, esquece o que a vida
Fez de nós
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Recentemente...
Ângulos
Escuta Esta noite é mais aguda. Alguns cães ainda ladram à passagem da nossa sombra. Eu estou sentada no eixo duma escuridão sem nome. Tu re...
Mensagens populares neste blogue
-
Ele costuma escrever-lhe cartas riscadas como vinil, cartas sem nome, curtas e voláteis, mas ela lia claramente o som da voz, a saudade da...
-
Há quantas luas levamos o tempo às costas, nas mãos alagadas de suor? E há quantas luas lemos os seus sinais, as nuvens que a encobrem, rasa...
-
Atravessar contigo o rio, comove tanto, o passo tonto. Atravessar contigo o rio, uma pedra, outra pedra, saltas tu, salto eu, aqui dá fundo,...
Sem comentários:
Enviar um comentário
Deixa aqui um lírio