9.11.19

Cartuxa

O vinho respira na garrafa
enquanto eu respiro no poema

Não é fácil viver dentro de um poema
É como viver dentro da garrafa

Se me abres, bebes a minha versão
da casta pobre que nasceu da aridez

Talvez recordes o que dentro do teu sangue é especiaria e canela, a força do braço e a embriaguez, a absoluta caravela

Bebe comigo o passado inteiro. Não posso beber sozinha o que vivemos

Que nos perdoe Stendhal, mas esta noite
é a Cartuxa, não de Parma, mas aquela que reservo para a solidão da alma



Sem comentários:

Enviar um comentário

Deixa aqui um lírio

Recentemente...

Fabricante de Sonhos

Num sopro de luz, tu voltas, fabricante de sonhos, para me temperares um pouco a pele, um pouco a vida Se me riscas os sentidos com a centel...

Mensagens populares neste blogue