Pratico uma contagem exata dos dias
Não sei esperar pela espera,
nem espero que me espere
o que deixei de esperar
Associo a minha vida a um carreiro
de ervas e pedras sem piso
e o piso faço-o eu em cada dia
Não sei se me estimam os deuses
se me estima o nada ocasional
chamado acaso. Nem eu me estimo,
pedra que sou e afasto para não me achar
a mim própria no percurso.
Mas ainda gostava que me guardasses
no teu bolso, não fosse a minha sorte tão mesquinha
Pratico uma contagem dos dias até me saciar da vida que não me sacia
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