28.6.20

A generosidade do tempo

Bom dia, mais um dia, um novo dia, a novidade do dia é o próprio dia com a sua pontualidade, a sua rotina de mais um dia com a vida igual a ontem, o mesmo amor, a mesma paixão, a mesma pandemia, mas temos de acolhê-lo como o pulsar do tempo, alheio à vontade dos homens, por ora inocente, não promissor, não ameaçador, apenas um dia a mais.

Morremos todas as noites na queda profunda do sono.

De manhã abrimos os olhos, como depois de uma anestesia geral, e verificamos que ainda estamos vivos.

Algures, é mais um dia de gatos ao sol mas,  para algumas pessoas,é dia de luta, de doença e de trabalho, para outros é domingo e há missa ou confecionário.

 Para alguns homens pode ser tarde para fugir ao tempo, para saltar o irrevogável tempo.

Mad, se quisermos, é um dia em que sobe aos lábios a essência do amor, em que alguns homens e mulheres dão as mãos contra o mundo e recomeçam a viver. Ou continuam a viver.

Na verdade, é mais um dia que o tempo nos deu e é importante não esquecer a generosidade de sermos, como os gatos, corpos ao sol, eu e tu de mãos dadas, o teu nome nos meus lábios, o sabor a café do beijo que te dou.


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