Olha a luz destas noites apagadas.
Tudo brilha claramente no lume da casa.
Espero a tua chegada ainda de avental, com o pão a cozer a crueza das palavras.
Amasso todos os dias a minha saudade,
preparo para o teu corpo o melhor colchão e deixo que a penumbra nos envolva na aragem fresca da janela
Prometer amor eterno é como doar a vista ou um rim. Mas por ti eu doo até os meus dias ao diabo, se tiver de ser,
só para te ver chegar de relance, breve e sucinto, como quem se equivocou na porta a que bateu.
Dou-te a libação do meu corpo, um ritual que começa e termina no fundo dos teus olhos. Depois, fico a ver-te partir
com o meu coração debaixo do braço.
Não importa o que dás, nem o que levas.
Importa que deixes um sinal na porta, ao sair, não vá dar-se o caso de um dia ela ser mesmo a porta certa. E então ficares.
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