15.7.20

Sacrário

Cedo acedo ao teu coração
e a manhã cede o primeiro beijo, em beijo no teu coração.

Nasceste tarde nos meus dias e eu não cheguei cedo ao teu mundo.

Mas cedo nos demos, cedo cedemos ao apelo mudo das palavras.

Eram só palavras que nos uniam os lábios. Palavras de sedução e desafio.

Jogámos a noite em dias alternativos,  mas nos restantes havia entrega e harmonia,
sedução e ciúme. De resto era tudo uma crisálida onde crescia o mistério.

O mistério desfez-se em bocadinhos de papel e ficou-me o teu corpo, o teu sorriso, o teu olhar. Cedi profudamente a essa sede.

Cedo me escrevo e me entrego corpo e pensamento, tardiamente para tudo menos para te 
dar o que ainda vive em mim.

Não é um poema, é um sacrário onde te guardo como foste, como és, como te quero e vejo crescer. Meu amor, não temos o mundo, mas soubemos criar este para nós, muito melhor.

Cedo cedemos e acedemos a nós. Estava para acontecer.


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