14.7.20

Morrer dentro dos teus olhos

Venero e amo em silêncio a expressão do teu rosto, a tua voz gentil, o teu corpo moço

Venero o farol que gira nos teus olhos, a lua cheia que te orbita

Tenho uma veneração secreta e interdita.
o que torna torna a minha  vida mais bonita

Amo as tuas mãos longas e limpas, beijo-as acordada, aperto-as nas minhas como
na crista de uma onda para não a enfrentar sozinha

Prendo-me no teu corpo,  como  erva daninha no  a tua desejo de sentir a tua pele junto à minha

Percorro o teu cabelo em desalinho, as minhas mãos são o móbil do desejo com que te afago e arrepanho e te persigo

Na busca dos teus lábios tímidos, na sede da tua boca ímpia, no segredo que guardamos juntos, sementes da mesma espiga

Tenho de dizer que te venero mais do que te amo. O amor pede reciprocidade, a veneração não

Mas também te amo e poucas vezes te digo o quanto a tua existência, a tua discreta atenção enchem de mais amor os meus dias

E o que te dou é insignificante, ao lado da vida que me sopras no sangue. Meu amor, eu posso nunca mais te ver, nunca te vir a ter, nem abraçar fortemente como sonho

Mas não fará mal, diferentes somos. Mas eu juro que nunca mais ninguém me tocará tão fundo, como o teu olhar que busco nos cantos mundanos do teu mundo, momentos em que mergulhamos um no outro, com um vidro de premeio
mas completamente nus e verdadeiros

Se quiseres saber que mais venero são esses teus olhos simples e verdadeiros,

tenho mesmo para mim que um dia morreria feliz dentro deles





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