Venero e amo em silêncio a expressão do teu rosto, a tua voz gentil, o teu corpo moço
Venero o farol que gira nos teus olhos, a lua cheia que te orbita
Tenho uma veneração secreta e interdita.
o que torna torna a minha vida mais bonita
Amo as tuas mãos longas e limpas, beijo-as acordada, aperto-as nas minhas como
na crista de uma onda para não a enfrentar sozinha
Prendo-me no teu corpo, como erva daninha no a tua desejo de sentir a tua pele junto à minha
Percorro o teu cabelo em desalinho, as minhas mãos são o móbil do desejo com que te afago e arrepanho e te persigo
Na busca dos teus lábios tímidos, na sede da tua boca ímpia, no segredo que guardamos juntos, sementes da mesma espiga
Tenho de dizer que te venero mais do que te amo. O amor pede reciprocidade, a veneração não
Mas também te amo e poucas vezes te digo o quanto a tua existência, a tua discreta atenção enchem de mais amor os meus dias
E o que te dou é insignificante, ao lado da vida que me sopras no sangue. Meu amor, eu posso nunca mais te ver, nunca te vir a ter, nem abraçar fortemente como sonho
Mas não fará mal, diferentes somos. Mas eu juro que nunca mais ninguém me tocará tão fundo, como o teu olhar que busco nos cantos mundanos do teu mundo, momentos em que mergulhamos um no outro, com um vidro de premeio
mas completamente nus e verdadeiros
Se quiseres saber que mais venero são esses teus olhos simples e verdadeiros,
tenho mesmo para mim que um dia morreria feliz dentro deles
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