13.8.20

Ordenar o caos

Nomeio o caos

Num cais onde partimos e ficamos.

Onde as barcarelas são cavalos-marinhos e a saudade uma âncora fundeada nos areais limpos

Lanço as redes, flores entrançadas, para despertar o sono dos homens naufragados

Recebo os peixes da maré bailando no floreado, as bocas afoguedas. É um bailado de morte.

Os peixes morrem pela boca e os homens pelas palavras. É preciso limpá-las com sal e usá-las na força do amor

e em mais nada.


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