Sonho o que mereço, diria eu ao combater a insónia que não me deixa sonhar nem com o que mereço nem com o que não mereço.
(Penso nos sonhos. Estarás acordado? Gostava de saber a cor e o perfume dos teus sonhos).
O sonho da noite é um muro que se racha e abre para a razão pura do dia.
Ela está lá, alterada, sepultada em pedras e rostos, casas destruídas, sempre muito parecidas, mas o sonho com o nosso sonho raramente passa a censura.
Sonho muito com o mar alteroso a entrar por uma casa, muito igual às outras com que sonho.
É sempre um lugar feito de vários anexos, alguns deles destruídos, mas pleno de portas que não abrem e de alçapões profundos. O mistério da casa leva-me a descobrir anexos ocultos, cuja única atração é uma sinapse de reconhecimento. Vagamente de bem-estar.
Sonho com o que mereço. O meu mundo é caótico, eu sou o meu próprio caos, e sinto que ainda não encontrei a tal casa, a chave de todos os mistérios. A casa que me ajuda a desconstruir a minha própria mente.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Deixa aqui um lírio