As serpentes roçam os matos carregadas de lustro.
Despem a pele ao sol e seguem o seu curso. São as mesmas, ou são outras?
Os homens carregam a mesma pele a vida inteira mas ornamentam-na para parecer outra.
Os homens e mulheres que vivem da pele cansam-me. Apetece-me alongar as rugas do meu corpo, carpir a minha pele nova e desenhar a minha vida por todo o corpo.
Porque há serpentes que nos matam antes de a pele chegar a ser lida. E há outras que condenam a pele enriquecida, a tremura das mãos, a avidez de família, ao despejo humano de carinho, cuidados, vida.
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