Num lugar de cobras nos rios e lírios pousados na corrente, encontrei o meu amigo. No ribeiro de águas lascivas
Senhora mãe, e eu nele
Chorões virados para a água, como narcisos descontentes
Cítaras de pastoras belas espalhadas pelos ventos e o vento me chamava
Senhora mãe, e eu andava
Uma camada dourada de belas folhas de outono, corsas delicadas escondidas nós paranhos. Passos de meu amigo chegando
Senhora mãe, e eu esperava
O marulhar das águas e nós dentro. Os cervos nas fragas a saltar e a criar vagas, a mim e a ele molhavam
Senhora mãe e eu arfava
As saias abenegadas levantadas sobre o leito e a água me levava e eu lavava o meu ventre
Senhora mãe, tão contente
Cheguei tarde do bosque, com o sol já no vermelho, com meu amigo a meu lado, na minha cinta o seu olho
Não trouxe água da fonte, nem hortelã da ribeira mas trouxe, minha mãe, amoras de amores recentes
E eu com ele, minha mãe, revirei as águas soltas, sempre com a saia armada
Senhora mãe, meu amigo me afaga
Senhora minha mãe, e eu sou amada
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