6.9.20

Carta em noite de luar

A noite é quente, a carta é curta, os chorões precipitam-se para o rio, eu atiro-me para o que resta do dia, para o encerrar contigo, com um laço feliz.

Tão quente a noite, tão fresca a brisa junto ao mar. Quero acometer a carta com todos os alísios e brisas da alma, para que nos suavizem o sono, no lençol de linho em que te abraço

Meu amor, vamos num barco contra o temporal. Baloiçamos entre vagas e velejamos a vida em função do que o tempo nos traz. Acendemos todas as dias as estrelas e, depois, ficamos nós também intermitentes, a olhar.

O vastíssimo luar desta noite cobre-nos também e nós não estamos sós. Hoje, meu amor, senti-te no mais recôndito e autêntico âmago do meu olhar. Estiveste, estás. Vamos sonhar?


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