2.9.20

cavaleiro do teu rumo


desculpa, amor, se tanto te cerrei, 
tanto te busquei, tanto te quis
comendo e devorando a tua boca e o
teu fígado

fui eu que te encontrei e te encantei
fui eu que te achei e te perdi
fui eu que quis comer o fruto proibido
na árvore do conhecimento 
- o teu nome escondido
fui eu que te sepultei e te achei vivo
eu que te lavei no sudário da minha pele,

meu amor, meu poeta pequenino
eu não devia buscar em ti o meu destino

faço-te livre, cavaleiro do teu rumo,
sou eu que te liberto, meu belo sedutor,
não penses mais, vai liberta as tuas dores

segue a tua vida, sem esta sombra escura
que a morte já prepara a sepultura




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