Que dizer do mundo, senão que estamos a enlouquecer coletivamente?
Estou em casa, porque é o meu dia de componente NL e estou séria, contida, cheia de reservas em relação ao rumo do mundo e isto não é um poema. É um grito em palavras.
Acontece-nos o que só acontecia nos países da Ásia, de África, da América latina. Aos poucos instala-se o medo e o desconforto da estabilidade perdida.
Queremos retomar o nosso quotidiano, mas se o fizermos e quanto mais o fizermos, mais se espalha a doença.
Enquanto não percebermos isso, não voltaremos a ser livres e a vencer o Covid19.
Eu estou no centro do caos e é preciso gente para gerir o caos. Mas é preciso retrair, conter, esquecer por algum tempo as liberdades perdidas e trabalhar individualmente por outras vias para gerir a nossa subsistência.
Eu sei. Há gente sem lugar na equação. Sem meios para dar a volta à dia vida e para se reconverterem profissionalmente. Precisam do Estado, de associações de apoio profissional que ajudem as pessoas a retomarem as suas vidas em suspenso.
Percebo a revolta, as manifestações, mas estas só agudizam o caos. Era bom que as pessoas reagissem agindo, ajudando os outros, com voluntariado, com ações de promoção do bem-estar de quem está mais na linha da exclusão.
Mas quem sou eu para falar? Não consigo sentir a dor aguda dos outros. Só mesmo adivinhá-lha. Só posso afirmar que continuarei no meu posto, onde sei que faço falta.
Se Hitler tivesse tido a ideia de eliminar os mais frágeis, os idosos, os doentes e os pobres, não teria tido uma ideia melhor do que esta.
Temos de escolher a ação em vez da depressão, o altruísmo em vez do individualismo. Só assim conseguimos contribuir. Não te deixes afundar, dá a mão, faz para quem precisa aquilo que souberes fazer melhor.
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