Não sei se sou isto ou aquilo. Existo com o propósito de me cumprir na vida e de romper o tempo.
Se me cumpro ou rompo o tempo não sei.
Existo para me poupar no espaço, para ocupar o espaço menor.
Se consigo minguar ou não, não sei.
Existo para expandir o coração e todos os dias bater asas para o mundo.
Se vou longe não sei. Mas o meu coração tem palavras para dar.
Pouso-as, digo-as, faço-as falar. Discreta como a joaninha num olival.
A joaninha é tímida e frágil. Basta o vento para a levar. Mas sabe sangrar na fresca flor.
Eu não sei se sei voar, mas todos os dias pouso em ti com as minhas asas de amar.
Se te consigo tocar, não sei, mas cada vez que pouso é tão de leve que nem vais reparar.
Se me vês ou não, não sei, mas foi contigo que eu aprendi a largar ao vento as armas certas do amor.
Carinho, sedução, desafio, calor.
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