10.10.20

Aves destroçadas

As aves destroçadas, sem pouso, sem ninho, ao fim do dia, pousam nas estátuas, anjos e santos do cemitério, na pedra fria.

As aves e as flores ornamentam os mortos, respiram a solidão dos mortos, a sombria evidência do fim da vida.

Tal como elas, os poetas absorvem essa aragem fria.

Alguns, tal como as aves distraídas, perdem o rumo e perdem a vida. Mas nós, aves  arrebatadas, fazemos o ninho no coração e a nossa casa é a estrada



Sem comentários:

Enviar um comentário

Deixa aqui um lírio

Recentemente...

Ângulos

Escuta Esta noite é mais aguda. Alguns cães ainda ladram à passagem da nossa sombra. Eu estou sentada no eixo duma escuridão sem nome. Tu re...

Mensagens populares neste blogue