o amor à primeira palavra, um começo sem caras e sem corações é um início que traz verdade, pois é ela que conduz a revelação do ser igual. seres iguais atraem-se mesmo que depois se afastem. tivemos um começo repentino, como um cometa que traz atrás de si poeiras astrais de outras existências, outra vida, e que, ao passar por nós, não só nos arrasta com às nossas próprias poeiras. tu és um desses seres que começam como cometas e nos arrastam, desaparecem e voltam, mas que nos levam lentamente para uma órbita comum. nela algumas vezes nos encontramos com o gosto do antigo mistério.
começamos todos os dias a orbitação do corpo e do olhar. o começo é continuação. hoje por exemplo estou aqui a pensar em como podemos começar já hoje agora aquilo que afinal já tínhamos começado há tanto tempo, por exemplo os teus olhos, os teus olhos que agora sei, os teus olhos que agora conheço são um bom começo. olhá-los mergulhar neles entre os teus longos cílios e o teu corpo moreno e azul. reconhecemo-nos na continuação dos nossos desejos.
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