13.10.20

Reverberações

as reverberações do amor antigo nunca reclusas, nunca longe dos sentidos, a volta louca dos sonhos retidos na retina baça de um filme mudo

voltar atrás como volta o vento virar a esquina quando vira o tempo, virar rio acima a lágrima fina, beijar a vida, visar a volta virando a página, virar a página virando a vida e virar a esquina, enfim restabelecida

e quando viro, a vida volta ao ponto de viragem e vemos virar tudo para o futuro de um passado ido

nas voltas já dadas já fomos dois cisnes  num lago esquecido, já vivemos juntos o paraíso, acabaremos a colher lírios num lago de gelo sobreaquecido

pela curva do destino, abraço a minha pele já adormecida e prometo ser lastro da tua lancha no resto da vida


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