2.10.20

Tela desmaiada

A aragem da tarde em cheio no rosto, nas janelas projetadas eu vejo e ouço o teu olhar serenamente moço

Faíscas de lume acendem-me a pupila, talvez vejas o mesmo sol da minha rua, espraiado numa montanha escura

É lindo o fim de dia partilhado, faz-me chorar de alegria ao ver-me viva, de uma vida tão banal mas com magia

Nesta estranha sentida distância, celebro os meus dias, vai a pique alguma coisa e não me alcança, tudo me enche de vida e esperança

Não sei se é do sol ou dos teus olhos, a inclinação do astro lembra uma tela, talvez de Turner, desmaiada e fresca cor de tâmara







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