Às vezes roubam-me tempo. Arrastam-me para as vitrines das lojas e eu fico sentada onde posso, à espera, à espera até que o dia se encolhe e deslize para a noite e eu decido voltar para casa, cortando com a feérica prossição das modas.
Sinto-me perdida no devaneio dos outros. Não desejo nada. Estou ali a olhar e a acenar. Mas estou longe.
Não posso inverter o tempo para poder vivê-lo comigo mesma, com as minhas ilusões, com o amor nos meus braços, a embalar o amor, como sempre faço.
Por favor, não me encham o tempo de futilidades. Deixem-me ir morrendo devagar, confinada e casta.
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