em poesia eu posso fazer tudo, fazer regredir a chuva, evaporar o vento, mentir a luz, mentir o momento
pesar o coração em pequenas gramas numa balança sensível ao amor, medir o amor no equilíbrio da dúvida
diluir a dúvida em ácido sulfúrico, inverter a razão na autopsia das emoções, aniquilar a ilusão, destilar algum fel no rebordo do copo, mas limpar tudo com um florim de prata
inserto no alvo do corpo
(é em poesia que nós dizemos tudo)
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