21.11.20

sementes

tenho os meus sonhos numa zona escondida, os meus neurónios abrem esse pontinho misterioso dos meus sonhos

então, lá dentro, sou rainha, então, lá dentro, eu planto ervas e ervilhas, eu limpo ervas daninhas, eu construo o castelo onde a minha vida dura vai serenar devagarinho, até sair pela porta mais estreita do mundo

os meus neurónios ardem na corrente do sangue e pedem-me vida, pedras, campos, campo a correr na vista, campo para semear campo, para viver campo, para regular várias vezes ao dia o finíssimo sonho

vejo já construídos os meus castelos, já asseguradas as minhas janelas abertas para um vasto mundo verde onde tudo que existe é natural, onde não há pressa de fazer nada, várias vezes ao dia esse meu mundo é aberto e posto ao ar como sementes que, secas, farão crescer a vida


Sem comentários:

Enviar um comentário

Deixa aqui um lírio

Recentemente...

Ângulos

Escuta Esta noite é mais aguda. Alguns cães ainda ladram à passagem da nossa sombra. Eu estou sentada no eixo duma escuridão sem nome. Tu re...

Mensagens populares neste blogue