28.11.20

um homem escava a solidão no peito

um homem recorta a própria solidão na carne 

encena no sangue a perda e perde a alma

enquanto presume a queda do que permanece

inteiro e firme, como uma tímida flor da areia 

que resiste ao fogo e a todas as variações do vento 

ela que era marítima e leve sereia

ele que recorta a solidão na pele e amar receia






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