Poeticamente, das manhãs se diz serem ondas de sol, chuva ou nevoeiro que nos envolvem
Materialmente, as manhãs são ordens para arrancar as raízes do sustento
Humanamente, das manhãs se extrai o sumo da esperança, o eixo da vara onde se empina o equilíbrio, por vezes amargo, em perigo
Das manhãs se diz tudo, menos, talvez, o rasto comovido dos vivos
Porém, cada uma exibe o sinal de uma antena, eu que ainda existo, eu que ainda exibo a dor e o riso, eu à beira de um provável desarranjo do juízo ou apenas eu na continuidade do meu viço
É este sinal de vida que a manhã nos devolve ao despertar. A noite foi terrível, cruel, desarrumada, mas superei esse supremo fel
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