28.12.20

Das manhãs

Poeticamente, das manhãs se diz serem ondas de sol, chuva ou nevoeiro que nos envolvem

Materialmente, as manhãs são ordens para arrancar as raízes do sustento

Humanamente, das manhãs se extrai o sumo da esperança, o eixo da vara onde se empina o equilíbrio, por vezes amargo, em perigo

Das manhãs se diz tudo, menos, talvez, o rasto comovido dos vivos

Porém, cada uma exibe o sinal de uma antena, eu que ainda existo, eu que ainda exibo a dor e o riso, eu à beira de um provável desarranjo do juízo ou apenas eu na continuidade do meu viço

É este sinal de vida que a manhã nos devolve ao despertar. A noite foi terrível, cruel, desarrumada, mas superei esse supremo fel

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