a manhã começa com um sol evidente
pousado no chão molhado, bebe o excesso de água, infiltra-se no solo e incentiva o potencial verde, vamos ser salvos, a terra ainda vive
e eu penso que temos esperança, temos esta água franca, este mistério que regenera a vida, na fértil terra
e eu sei que basta esperar, a primavera já se prepara nas entranhas escuras onde morte e vida se depuram
também eu sou terra em movimento. o meu corpo cultiva uma rara semente, uma planta suave de seiva quente
palpita-me a presença, o fundo encontro de olhos, de um lado para o outro, entre o vazio do mundo,
sei que o amor é lume, sol e ciúme, mas já não peço aos deuses que a paixão se consume. basta que existas no lado ardente da vida como um barco intrépido e eu te veja velejar tranquilo
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