A tempestade veio devagar até se instalar no sono como real e anormalmente intensa. Acordei para o arrasto do vento, qual veleiro desnorteado no ar. O desarranjo da natureza é assustador. E o frio acaba por se pegar ao coração como musgo coberto de geada. Numa noite assim, ninguém pode sentir segurança. Passo a noite sentada a vigiar o vento e a chuva derramada. Não sinto o coração vazio só sinto esta animalidade na alma.
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