Sou incessantemente intensa e intensamente insonsa. Gostava de não ter tantas faces como a Lua, mas tenho.
Sou imensamente alegre e visivelmente tristonha, como a casca do carvalho envelhecida.
Sou moça, sou velha, sou intemporal na minha feminilidade ferida.
Gostava de ser menos aguda para me abraçares sem arestas, exatamente como os amantes do tempo se apertaram, corpos perfeitos no seio de outros.
Ao fim e ao cabo, pouco tenho de recomendável. Só o amor cronometrado no sangue, um diapasão nas coronárias e a voz loura de viço.
É pouco, eu sei, mas acomete-me, se quiseres, apenas e só, por isso.
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