29.3.21

Levitação

Envolta em algodão, ela flutua, serpente em seda, no nimbo de uma nuvem.

Envolta em fios de luz, ela luz na noite em mil luzinhas mudas.

Embrulhada em doces mantas, desliza na neve ardente e nua. 

Embebida em amor, eleva-se na leve leveza da voz.

Incluída no abraço, ela então ateia a flama e a flama nasce.

Levita no norte agreste, afaga o corpo evanescente e o astro cresce numa teia a oriente.

É assim que as deusas se banham de amor, nas noites de luar, entre os braços de um deus ou de um simples mortal.

É assim que os amantes se suavizam, com a suavíssima pele nos sentidos, o arrepio do olhar consentido e a voz como água quente caindo.


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