Quantas vezes penso que sou o resultado de um equívoco, o de nascer e crescer, o de querer vencer o mundo.
Sou um equívoco na comédia que represento, pressionada entre os entes que me oprimem, nas contingências da gratidão.
Um equívoco até nas palavras que me saem, grosseiramente picadas como acelgas para o almoço.
Um equívoco, enfim, até no lugar que ocupo no coração dos outros, muito poucos, quase nenhuns.
Um equívoco, enfim, no próprio amor. Será verdade que algum ser maravilhoso encontra na minha banalidade um simples raio de luz?
Só esse amor é real. Não há equívocos no meu coração. Apenas rios caudalosos com uma leve ponte chamada ilusão que posso sempre atravessar. Mas será possível que...?
Brilho no dia com a sensação de que não há equívocos quando sentimos alguém dentro de nós.
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